sexta-feira, 30 de julho de 2010

Manifesto Praça "Médici" nunca mais!



PRAÇA "EMÍLIO GARRASTAZU MÉDICI" NUNCA MAIS!




        Em 1964 ocorreu no Brasil um golpe militar que instarou a mais longa ditadura que já vivenciamos. Foram vinte e um anos de repressão. Muitas pessoas foram presas e barbaramente torturadas; peças de teatro, jornais, revistas e livros foram censurados; órgãos como a UNE (União Nacional de Estudantes) postos na ilegalidade; os partidos políticos foram fechados, sendo permitida a existência somente de dois partidos; opositores foram exilados; civis julgados em tribunais militares; e até hoje temos desaparecidos políticos no Brasil: pessoas que foram presas, torturadas e desapareceram, não sendo esclarecido à família e à sociedade as circunstâncias desses desaparecimentos.

        Para que possamos superar todos estes fatos faz-se necessário implementar os mecanismos da chamada Justiça de Transição. Estes mecanismos devem ser utilizados em países que passaram por regimes ditatoriais ou totalitários para que a democracia possa ser reconstruída. Há três preceitos básicos a serem implementados: verdade, justiça e reparação. A verdade, se relaciona com a abertura dos arquivos públicos, com a construção de monumentos e memoriais em homenagem às vítimas da ditadura. A justiça, com a punição dos culpados, sejam torturadores, mandantes ou financiadores. A reparação, se refere não somente a uma reparação econômica, mas também moral e política, ou seja, o amplo esclarecimento dos fatos.

        A universidade, como espaço de livre pensamento, sempre foi um foco de construção democrática e de fomento de uma nova realidade, pautada na liberdade e na justiça. Através da ação de diversos de seus atores – e nem sempre institucionalmente - tem cumprido ao longo da história um importante papel na defesa das liberdades civis e dos Direitos Humanos, em sua resistência contra a opressão e à violência.

        Dentro disso, é absurdo constatar que uma praça no principal campus da Pontifícia Universidade Católica de Campinas eternize a memória do general Emilio Garrastazu Medici, o general dos anos de chumbo da ditadura militar, responsável pelo endurecimento das perseguições políticas e pela efetiva implementação do nefasto Ato Institucional n°5 (AI 5), responsável por mortes, desaparecimentos forçados e torturas de presos políticos.

        Curioso, ainda, que tal homenagem se refere à constante preocupação do ditador com “a educação e cultura do povo brasileiro”, apesar das prisões e exílios de intelectuais, da censura à músicas, peças teatrais e à imprensa e, especialmente, pelo ceifeamento do salutar debate acadêmico, então vigiado e sob forte controle dos agentes da repressão. Em tais termos, a cumplicidade desta universidade com o regime foi, além de imoral, escandalosa, cuja reparação é medida de rigor.

        Para tanto, não basta a simples exclusão desta odiosa homenagem. Isso significa esquecimento, e o que necessitamos é de memória. Memória àqueles que lutaram e resistiram contra a ditadura, a fim de que esta não mais se repita.

        Assim, dentro dos preceitos da Justiça de Transição, e em reconhecimento à resistência de diversos integrantes da Igreja que esta universidade representa, entendemos ser de plena justiça a homenagem à Frei Tito de Alencar Lima, histórico lutador e consequente vítima do regime ditatorial, cujas torturas o levaram ao suicídio.

        Manter a homenagem aos algozes do povo brasileiro significa uma violência permanente. Este reconhecimento por parte da PUC-Campinas cumprirá um papel de reparação e uma oportunidade de remissão desta universidade, sedimentando um compromisso com o futuro e não mais com um passado sangrento.

PELO DIREITO A MEMÓRIA, À VERDADE E À JUSTIÇA.
PELO RESPEITO À MEMÓRIA DOS QUE MORRERAM E DESAPARECERAM LUTANDO POR UM BRASIL JUSTO E DEMOCRÁTICO.
PELA REPONSABILIZAÇÃO DOS TORTURADORES DO REGIME MILITAR.

        As entidades que subcrevem este manifesto, junto com a solidariedade das demais entidades civis, pessoas físicas e jurídicas que o apoiam, exigem que a PUC-Campinas remova a homenagem à Ditadura Militar em sua praça “Emilio Garrastazu Médici”, ostentando no local a “PRAÇA FREI TITO DE ALENCAR LIMA (1945 – 1974)” em memória dos que lutaram e que ainda aguardam justiça.


Campinas, 05 de julho de 2010


Centro Acadêmico XVI de Abril
Núcleo de Preservação da Memória Política
Fórum de Ex-Presos e Perseguidos Políticos do Estado de São Paulo
Grupo Tortura Nunca Mais de São Paulo
Comissão dos Familiares de Mortos e Desaparecidos Políticos
Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana (CONDEPE)
Fórum de Direitos Humanos de Campinas


Manifesto retirado do blog Fora Médici, mais informações no mesmo blog.


Declare seu apoio ao manifesto no site assinando a Petition.


A partir disso, o cartunista Latuff fez a charge abaixo sobre a Praça Médici da PUC-Campinas.


quinta-feira, 29 de julho de 2010

Então Seduz Psico


        A Festa Então Seduz Psico será realizada pela Atlética de Psicologia da PUCC, com total apoio do Centro Acadêmico de Psicologia , tendo como finalidade arrecadar fundos para a realização da SEP (Semana de Estudos de Psicologia) pelo Centro Acadêmico. Em breve, o Blog divulgará mais informações sobre a SEP.

        O Centro Acadêmico agradece desde já o apoio e a colaboração da Atlética, envolvida na concretização da 40ª Semana de Estudos de Psicologia. Muito Obrigado!

sábado, 24 de julho de 2010

ELEIÇÕES PARA O CRP E CFP : Fique por dentro!


        2010 é ano de troca de gestão do Conselho Federal de Psicologia e dos Conselhos Regionais de Psicologia. Dia 27 de Agosto os psicólogos irão escolher quem serão os conselheiros das entidades regionais e da entidade federal da profissão pelos próximos três anos.
        Tais entidades são muito importantes à profissão, pois são elas que julgam casos de falta de ética, constroem eventos políticos e acadêmicos relacionados à psicologia e inclusive estão aptas a construir campanhas nacionais sobre reivindicações dos psicólogos. De forma geral é o CFP e os CRP’s que são responsáveis pela construção e defesa da psicologia no país.
        Mesmo sendo ainda estudantes, é importante que acompanhemos o processo, pois, mesmo que muitos se formem apenas após o fim desta gestão, a construção da psicologia, enquanto teoria e prática, que visa a saúde de um povo e a transformação social se dá como processo histórico, e a cada passo a frente ou para trás que a gestão dê, ou até mesmo se ela ficar no mesmo lugar e não ir para lado nenhum influencia o poder que teremos nos próximos anos.
        Apesar de ser bastante importante termos uma psicologia forte para defender nossos direitos e interesses, temos que sempre tomar cuidado para não cair em um corporativismo e ou, então, em reivindicações que visem apenas a reserva de mercado para a nossa profissão e não esteja realmente voltado para, a partir da psicologia, fazermos o que nos cabe na construção de uma sociedade mais justa, igualitária e livre.
        Nessas eleições concorrem duas chapas à gestão do CFP: 21 – “Cuidar da profissão” e 22 – “Fortalecer a profissão”. Ao CRP regional SP ocorreu a inscrição das duas chapas, porém, por motivos que desconhecemos a chapa do “fortalecer a profissão” foi impugnada, sendo, então, chapa única.
        A chapa “cuidar...” é a mesma que está na direção das duas entidades já há algumas gestões, e a chapa “fortalecer...” é uma chapa nova que surgiu como oposição a este grupo, propondo dar um novo fôlego à luta e “comprometidos com um jeito diferenciado de Fazer e Pensar a Psicologia enquanto Ciência e Profissão.

Segue abaixo os links para os sites das chapas! Veja o programa, princípios e idéias! Leia, reflita, discuta e posicione-se!

22 – FORTALECER A PROFISSÃO
http://fortaleceraprofissao.com/

21 – CUIDAR DA PROFISSÃO
http://www.cuidardaprofissao.org/

Para quem quiser visitar os sites das entidades:
CFP
http://www.pol.org.br/

CRP regional SP
http://www.crpsp.org.br/
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Centro Acadêmico "27 de Agosto" - Psicologia- PUCCAMP
CONTATO: ca_27deagosto@yahoo.com.br